domingo, 9 de dezembro de 2007

Erotic Board Scene #4

Fotografias Pedro Ferro, Shape Paulo Jacinto

Erotic Board Scene #3

Fotografias Pedro Ferro, Shape Paulo Jacinto

Erotic Board Scene #2

Fotografias Pedro Ferro, Shape Paulo Jacinto

Erotic Board Scene #1

Fotografias Pedro Ferro, Shape Paulo Jacinto

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Toots e Eu!



"Senhoras e Senhores, Toots Thielemans"

Talvez tenha sido assim que começou, há uns anos atrás, o concerto de Toots no Coliseu de Lisboa. Digo "talvez" porque não sei. Algum imperativo levou a que não fosse ver ao vivo um dos músicos que hoje tenho como um dos meus preferidos, e que na altura acabara de descobrir. Cheio de penas me deito e, com o passar dos anos, com mais penas me levanto.

Não sei se o que apareceu primeiro foi galinha ou o ovo, mas sei que foi também a partir dessa altura que descobri a harmónica cromática, que a comecei a tocar e que se tornou , também ela , num dos meus instrumentos de eleição. Mas falemos de Toots.

Nascido na Bélgica, onde durante o período da invasão nazi, se descobriu no Jazz, emigrou aos trinta anos para os States, acabando por encontrar em Nova Iorque um dos seus ídolos, Charlie Parker, e onde passou a integrar a sua All Stars Band, de que Miles Davis fazia então também parte.

Foi em 1962 que compôs a sua obra-prima, Bluesette, que já vem tocando ao longo dos anos com as mais variadas e influentes personalidades do mundo do Jazz e não só. O homem que diz sentir-se melhor no pequeno espaço entre uma lágrima e um sorriso,de Bluesette disse uma vez, ser o seu"very own social security number".

"Everybody Loves Toots (or they should if they don´t)" seria o nome com que eu baptizaria um álbum se um dia gravasse algum, coisa que sem falsas modéstias, me parece pouco provável. Gostava que vissem aqui um bocadinho do que vos falo, e pedia aos leitores mais apressados e menos fãs de Jazz que o vissem até ao fim, pois há nele mais do que meios tons e compassos.



Até então, já sentia uma profunda admiração pelo homem e pela música, mas (e remetendo para o universo surfístico) uma coisa é idolatrar Kelly, Rob, Tudor ou Parko...uma outra coisa...é vê-los surfar na "nossa" praia. Uma coisa é vê-los em Jeffreys, Pipe, Malibu ou Snappers...uma outra coisa...é tê-los ali, no sítio onde surfamos com frequência, olhar e ver o que fazem na parte mais mole da onda que tantas vezes percorremos, e como passam aquela secção que cai e que sempre nos esforçamos para passar. Medir-lhes os passos da areia à água...

É essa a minha sensação quando oiço "The Brasil Project".



Não que eu tenha composto as músicas claro, e também não é que as toque assim com frequência, mas na prespectiva do surfista que olhando o mar está sendo, também não o estará o músico quando ouve? Sendo?
É deste modo que a bossa é a minha praia e o Toots o local de outras ondas que aparece no pico e as rasga com graciosidade e harmonia únicas, enquanto eu vou remando devagarinho lá para fora atento à maneira como transforma em óptimo aquilo que eu já achava tão bom.

E tudo isto porque descobri que havia um segundo volume. O "The Brasil Project Vol.2". Não é propriamente recente pois foi gravado em 1993, mas desconhecia a sua existência. Dizem que não há amor como o primeiro. Bem...a ver vamos, como diz o...Stevie Wonder.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Mike Wazowski


No filme “Monstros e Companhia”, que o meu puto T, com a sua típica obsessão dos 3 anos, já me 'obrigou' a assistir uma boa centena de vezes, existe uma cena em que o Mike Wazowski, o pequeno monstro redondo e verde de um só olho, observa pela primeira vez uma revista onde ele aparece na capa. Curiosamente, o código de barras foi disposto de tal forma que quase oculta a sua pequena figura – "I can't believe it!” – reage ele com um ar extremamente sério, e, após uma pequena pausa – “I'm on the cover of a magazine!" – diz ele na maior explosão de alegria!

Lembrei-me disto quando ontem folheei pela primeira vez a “SplashMag” e verifiquei que, em letras pequenas e como rodapé de uma das fotos do índice, aparecia uma curta citação aqui do Vagueares, ou seja, não foi propriamente na capa, nem eu explodi propriamente de alegria, mas apreciei, de forma sincera, a consideração!

A revista chegou-me ontem a casa, apenas um par de dias depois de ter telefonado para a assinar – o número encontra-se no site da revista onde aparece disponibilizado para o efeito. Quem me atendeu foi o Tiago Grosso, com quem tive a oportunidade e o prazer de trocar algumas impressões. Apercebi-me que não está exactamente no mar de rosas que poderíamos ingenuamente supor para um director/editor de uma revista de surf (estendido ao sol nas Maldivas, entre a surfada da manhã e da tarde, apenas com o stress deixado pelo embaraço da escolha do seu próximo destino – “Hawai ou Indonésia? Bolas!”).

Na verdade, pelo que me contou de forma breve, enfrenta um grande número de contrariedades para conseguir levar o seu projecto em frente – “O mercado está feito para as grandes publicações”. Não era, no entanto, um tom lamurioso ou de desencanto que lhe pautava a voz ao telefone, pelo contrário, quem o escutasse, facilmente lhe adivinharia um brilho nos olhos a acompanhar o entusiasmo com que falava nos próximos passos a dar… Parece-me ali haver firmeza, vontade e empenho, pelo menos, em igual medida aos obstáculos que têm a defrontar.

Parecem-me estar a trilhar o melhor caminho, não aquele que os conduzirá a breve trecho para a fama, a riqueza, ou para o tal stress, tão desejável, nas Maldivas, mas sim antes, para aquele que os manterá a fazer o que mais gostam através da busca incessante pela excelência. Os irmãos Campbell, inventores do conceito das bonzers e das primeiras tri-fins, inscreviam de forma ingénua nas suas primeiras pranchas, slogans como "Always For Love, Never For Money", ou “Love Over Gold”, claro que mais tarde chegaram à conclusão que um certo sucesso comercial seria desejável e necessário, o truque seria participar no mercado, mas não deixar que ele os conduzisse ou que os tornasse dependentes.
Reparem se o preciosismo na escolha dos selos com que me enviaram a revista não reflecte isso mesmo…