sexta-feira, 18 de julho de 2008

"O Rei tem orelhas de burro!"


Embora variando o título real da personagem com tão equina característica, a moral dos contos em que esta frase aparece permanece invariável: há segredos impossíveis de guardar só para nós.

Tendo eu um desses, mesmo sabendo que este é o primeiro passo para o revelar, vou tentar mantê-lo longe dos canaviais por mais algum tempo. Primeiro, porque está visto que o método descrito naquelas histórias não funciona muito bem. Segundo, porque se a inapelável necessidade de o gritar a plenos pulmões se manifestar, então que me sirva de mote para aprimorar a mui nobre e buracosa 'Arte da Tubaça'!

Entre o quebrar das ondas e o canto das sereias, não será fácil descobri-lo... E quem sabe se daqueles a quem a curiosidade aperte na procura de segredos envoltos no mar, possa até surgir uma nova narrativa sobre o povo que nas mãos lhe ouvia a voz...

Depois conto-vos.

Fotografia de Daniel Gomes, Buzios

7 comentários:

Anónimo disse...

Serão gémeos como os búzios da foto?

Jorge Pinto disse...

Dear John Doe,

Primeiro que tudo, obrigado pela visita! Salto sobre a questão da identidade por, imodéstia à parte, quase todos as nossas visitas serem de a) nós mesmos; b) amigos da malta; c) pessoal que vem ao engano e não se daria ao trabalho de comentar.

Assim, caro amigo, se te respondesse que sim deixaria de ser segredo... Já se dissesse que não eliminaria uma das hipóteses que consideras para a solução...

Paternidade? Euromilionariedade? Secretspotionaridade? Nonoftheabovinidade? Como a ideia é realmente mantê-la secreta por mais algum tempo, vou deixar todas as hipóteses no ar.

E se a curiosidade apertar, já sabes...

Anónimo disse...

Não precisas de agradecer a visita, eu é que agradeço a porta aberta Não gosto de rótulos, mas se tivesse que escolher um escolheria o d) pessoal que veio aqui uma vez por acaso, gostou do que que leu, e voltou.

Ficarei com as minhas orelhinhas de burro, à espera da grande revelação.

Parabéns aos 3 pelo spot bonito que aqui foram construindo.

k. disse...

hummm...
Cá me esta a parecer que é agora que vou ver o 'meu' carro, com uma cadeirinha d bébé ... será ?


:)

Kisses*2


PS: Engraçado, eu não vejo buzios gemeos mas sim...
1 + 1*( +1...sendo este o mais pequenito) = 3


hummmmmmmmmmmmmm ... ;)

Pedro Ferro disse...

Os d's) são sem dúvida o público por nós mais apreciado.

Aparece sempre... ou pelo menos mais umas vezes até à revelação que, por tanto suspense, se espera grande.

Eu cá tb n sei de nada, bem que tentei enrolar o Pinto com algumas deixas, mas o gajo n se descoseu!

Nem qdo lhe disse p aproveitar bem o fato novo comprado nos saldos antes de andar a mudar fraldas!

Anónimo disse...

Um dos motivos pelos quais não gosto especialmente de blogs é pelo facto de limitarem a participação dos que lêem, quando comparada com a do “dono” do blog. Vim dos fóruns e neles permaneço, porque essa me parece uma forma mais “comunista” de comunicar. No entanto, e só para descobrir se dá, este teu post merece-me uma resposta “à fórum”.
Assim de repente, ocorrem-me 3 boas razões para ocultar um bebé, quando à partida pareceria ser das melhores notícias a dar.
A primeira é a precaução. Aprendi esta na minha primeira gravidez, e ainda bem que me precavi. Uma gravidez só é “definitiva”, se é que alguma vez assim se pode considerar, depois de passado o primeiro trimestre. Muitas gravidezes chegam ao fim antes da hospedeira sequer saber que estava grávida, e outras nunca chegam a ser gravidezes de facto, já que a fecundação dá por vezes origem a um ovo vazio, sem embrião portanto, e embora a mulher esteja num certo sentido grávida, não há bebé, o que é estranho mas acontece. É muito melhor portanto, ocultar o facto antes de pelo menos, se ouvir o batimento cardíaco na primeira ecografia.
Depois, há o peso da responsabilidade. Ter um filho é a coisa mais irreversível que se faz na vida. Por muitas voltas que a vida dê, um filho é nosso definitivamente até ao fim da nossa vida, ou da dele. Um elo que nunca mais se quebra, uma espada de Dâmocles sobre a nossa cabeça, é como teres o coração para sempre aos pulos fora do corpo (escolhe a imagem que mais te agradar, todas elas são verdadeiras). A paternidade é uma coisa que se nos vai afundando na alma a pouco e pouco, talvez por isso a sábia Natureza nos tenha dado 9 meses para nos habituarmos a ela. Eu soube sempre que estava grávida cerca de 3, 4 dias depois de ter engravidado. Parece impossível mas é mesmo assim. E tinha tanta certeza que de todas as vezes foi o Pedro que fez o teste, porque quem tinha duvidas era ele. Eu queria mergulhar na inconsciência só mais um pouco, como quando sabemos que nos temos de levantar mas nos deixamos ficar na cama, a preguiçar mais um bocado. Ele ficava sempre proibido de me dizer o resultado enquanto eu não perguntasse, mas era uma fraca proibição, o homem não tem nenhum poder de contenção e enquanto não me dizia não sossegava.
A última…bem a última é uma superstição parva. Mas eu sinto-a, por isso mesmo foi sempre com grande precaução que me deixei envolver pela maternidade. Porque eu acredito que se formos demasiado felizes, por vezes os deuses podem ficar invejosos da nossa sorte e por isso mesmo pensarem em brincar um pouco connosco. Estar em estado de graça só tem mesmo graça no trimestre do meio, que os enjoos estragam o primeiro e o bebé faz imensa má vizinhança no terceiro, e a mim, por ter toda a vida desejado tanto ser mãe, sempre me assustou essa espera. A espera por um filho são, como a espera pela concretização de um desejo. Não concretizei o meu desejo de parir por mim. Os meus filhos foram-me tirados por cesariana, das duas vezes por perigo para a saúde deles, e fiquei privada dessa experiência de vida que tanto desejava ter. Mas amamentei, e com isso senti-me bicho como os outros, filha da terra e do tempo, e nunca fui tão feliz como nos momentos em que fui fêmea assim, só fêmea, amamentando uma cria. Nunca nada me fez sentir feliz como ter filhos bebés. E sempre temi essa felicidade tão completa, por medo que os deuses a viessem a invejar. Acho que ma invejaram desta vez, e brincaram cruelmente comigo. Mas ainda assim, a felicidade permanece.
Por isso mesmo, amigo Pinto, percebo que se esconda uma coisa que parece saltar do peito para fora. Se for o caso, na devida altura te darei os parabéns e te bordarei a fralda com o nome da criatura mais esperada.
Se não for, obrigada pela oportunidade que me deste de sentir e escrever isto. Um dia destes pode ser que te faça sentido.

Jorge Pinto disse...

O Anonimato, parecendo-me em si mesmo um rótulo e ao contrário das identidades registadas no blogger, tem o senão de permitir que qualquer um se aproprie das nossas ideias. Aqui, valendo isso o que vale, olho-o como um caso de múltipla personalidade...

(Assim, respectivamente...)

...Que à falta de múltiplos leitores e comentadores é melhor que nada! Mas como, a menos que fossemos o Mestre Paredes, a modéstia a mais significa exactamente o contrário, que isto seja um movimento perpétuo de ilustres, conhecidos e desconhecidos, lendo as nossas divagações!

Neste caso, a aplicabilidade da mesma não me parece que se traduza em orelhas de burro. A mão tem de estar mais arredondada para se obter o som de um búzio. A menos que isso fosse uma pista para a real identidade, de alteza...

...Que, como essa outra que vos tolda a mente, terá um trono especial é certo mas, Tatiana (e o LP até te tinha referido que às vezes lê-mos aquilo para o que estamos predispostos…), se só vais ver a ‘tua’ viatura quando tal acontecer, diz-me que vou já comprar acções da EMEL...

...Com seu travo de fel, amigo Pedro, como o sal das divergências editoriais: a menos que os d’s, porque dão o passo na direcção de passarem a b’s, tenham esse crédito extra, então não os aprecio mais que aos restantes. É claro que respeito a preferência (que convenhamos, apenas ressalvo por servir o propósito de uma narrativa contínua ;-) ). Temos várias perspectivas, uma das boas características de um pico triangular de que o fato novo é mesmo à medida...

...Facto este, o secreto, reduzido a brincadeira de criança por tão eloquente e sentida argumentação. A minha Ana bem diz às vezes que tem uma criança lá em casa. Mas à espada de Dâmocles respondo com a navalha de Ockham: a explicação mais simples é normalmente a correcta.

Extrapolar desta foto tamanha responsabilidade, parece-me contradizer esta lógica, mas se calhar é a sensibilidade masculina e a sua profundidade de prato raso a estes assuntos.

De nada, eu é que agradeço.


PS - Esperava eu que alguém quisesse saber o tal novo conto, quem sabe pedir fotografias das minhas gritarias e afinal... Pelo menos já serviu para, mesmo sem o ler, perceber o que está por trás de um best-seller que por aí anda...