Ingredientes:
3 peixes
1 tuperware;
1 solid-top guitar;
4 engenheiros civis;
1 VW “pão alentejano”;
1 cx. de barras de chocolate Herbalife;
1 souk;
1 chá de menta (servido em copos de 3);
8 dias de conversa;
Azeite, pimenta, salero e propines q.b.
Modo de Preparação:
Pegar nos engenheiros e colocá-los em água com ondas, a demolhar;
Passado algum tempo surgirá a vontade de um "projecto". Deve-se agarrar com unhas e dentes, descascar de todos os contras e reservar a saudade. Amanhar os peixes, com todo o cuidado, e guardá-los no tuperware. Escoar a água dos engenheiros, marcar horas e juntar tudo no pão alentejano;
Ligar o forno a 1.500km ao longo de três países, dois continentes e um mundo de intervalo. Regar com a saudade a passagem das fronteiras e ir controlando a cozedura. Caso seja necessário, adicionar propines, já que ajudam a chegada de novas imagens e cheiros. Há medida que voltem a surgir fios de saudade, deixá-los correr, para apurar o molho, e estender com a ajuda das barras de chocolate por um dia inteiro;
Retirar do forno e levar de novo o recheio à água: deixar o cansaço expulsar o cansaço e as conversas, sobre tudo e nada, a ecoar entre o Jack e a guitarra. Temperar a gosto mas recomenda-se duas pitadas de salero, três de pimenta e dois fios e meio de azeite Galo. Repetir tantas vezes quanto a saudade o permita. Não esquecer de envolver os engenheiros no souk para ganharem um toque “africano”.
Finalmente, recolocar no pão e levar novamente ao forno. Desfazer a distância até se evaporar o molho. Guardar as lembranças e servir num único prato. Comer à mão, acompanhando com o chá de menta preparado no bule, de preferência daqueles antigos, antigos, antigos...
E bom apetite.
Observações:
Este não tem grandes segredos e é, provavelmente, o melhor cuscuz do mundo.
Fotografia de Kátia Felício, Grãos de Areia