sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Ensaio Sobre a Cegueira
Roberto Saviano, escritor italiano de 29 anos.
Escreveu o livro Gomorra, em que se baseia o argumento do filme homónimo sobre a Camorra, a Máfia Napolitana, que agora ameaça matá-lo. 3ª feira, ao ouvir os Sinais de Fernando Alves na TSF, encontrei nele a base para escrever sobre localismo.
Há muito, de vários tipos e alguns até mesmo defensáveis, mas para mim, que até não desgosto da simples contemplação enquanto aguardo a minha volta no carrossel, estão para o surf como a Apêndice o para o corpo humano. Aos locais e ocasionais visitantes de qualquer spot, a solução resume-se numa palavra: Respeito (pouco original, eu sei, de forma que opino também sobre uma outra discussão secante a esta - com o sentido matemático de intersecção, mas aproveitando também esse outro em que estavam a pensar - que li por aí, sublinhando que é independente do veículo utilizado).
Das vezes que convivi com exibições do mesmo, a demonstração de poder não passou de voltinhas ao pico ou um ou outro dropino, mas a inibição da liberdade já está lá. Nas suas piores formas o localismo tem laivos de crime organizado. É aí que entra a comparação.
Cumprindo-se regras de respeito mútuo e partilha por um bem comum, queria deixar a minha posição. Sobre lados tão claramente opostos e valendo a mesma aquilo que valha, dentro como fora de água, Io sono Saviano.
São regras como essas que nos tornam humanos. E isso até um cego consegue ver...
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2 comentários:
Desde cedo me apercebi que neste planeta convivem pessoas em estados civilizacionais muito diversos, e desde cedo que a percepção desse facto me entristece.
Acima de tudo porque não lhe encontro remédio. E porque mesmo que imaginasse uma opção segregacionista qualquer, tipo, a ilha dos moralmente correctos (e já agora que fosse uma ilha com ondas...), isso em si não seria uma vitória mas o reconhecimento de que o ser humano, na sua diversidade, tem necessidade de criar barreiras para se defender de si mesmo.
Um dia, poderemos viver lado a lado sem nada temer. Um dia, poderemos ter as nossas coisas e viver a nossa vida sem que o que sobra a uns falte a outros.
É esta esperança de "um dia..." que me alimenta.
Por vezes é tudo uma questão de umbigo. Como tenho visto um a "transformar-se" todos os dias, talvez não seja uma esperança vã. ;-)
Mas acho que, à parte da irracionalidade, esse dia demorará a chegar enquanto houverem aqueles que, em situação de igualdade, advogam para si o que não respeitam aos outros.
Este post é um misto tomada de posição "valendo a mesma aquilo que valha" e publicitação de um movimento inspirador. Acho que não pode ser muito mais que isso.
Olhando para a coisa numa perspectiva Yin Yang só podemos pedir respeito se existir desrespeito...
Resta-nos esperar que estejamos do lado certo.
Beijinho.
PS - se perderes a esperança tens sempre a receita da canja...
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