sábado, 14 de março de 2009

Samba em Prelúdio


Li uma vez na contra capa de um daqueles livros de conselhos filosóficos essenciais a uma vida calma e tranquila, que devemos educar os nossos filhos dando carinho para nossa cara metade. Como não passei daquela página, não sei bem se era assim. Mas, uma vez que há certas coisas que é difícil passar para palavras, peguei na melodia do mestre Jobim para exprimir aquilo que sinto e para partilhar convosco o nascimento do Pedro(!), começando desde já a educá-lo. O registo talvez seja um pouco piroso, mas também até já tinha avisado que, de quando em vez, me dava para aqui...



Texto de uma palavra só

Eis aqui este textinho, todo uma palavra só.
Outras, várias, o compõem, mas no fundo é uma só.
E usei de todas elas para tentar descrever
Essa outra que, dizê-la, diz tudo o que há para dizer.

Quantas vezes já saí correndo para apagar aquela chama,
Que arde e queima?
E ao chegar, sorrir-beijar-curtir… ainda mais a incendeia,
Mais alto a ateia!

Se seguir neste registo talvez pensem ser ‘paixão’...
É desejo, escrito e lido, mas tem mimo essa tesão.
Pois aquela que aqui escondo está para lá do á-bê-cê
E também agora um pouco além de eu e de você!

2 comentários:

Anónimo disse...

Há muitos anos, quando eu era pequenina, vi um filme que me marcou por uma única frase, que comprovo ser verdadeira e simples( como todas as grandes verdades) à medida que vão passando os anos.
Nesse filme espanhol havia um grupo de putos muito amigos, e desse grupo fazia parte uma rapariga que teve um bebé. Por entre muitas peripécias a dada altura vão a tribunal para decidir se ela podia ficar ou não com o bebé, e um dos miúdos reflete sobre o papel da mãe. Que o trabalho da mãe é mimar, dar de comer, vestir, deitar, uma data de outras coisas. E o papel do pai, pergunta-se finalmente o miúdo? O que é o papel do pai?
"O papel do pai é pôr a mãe contente para ela tratar bem dos filhos", responde simplesmente outro puto pequeno que o estava a ouvir.
E por isso mesmo, falhes o que falhares no teu papel de pai, e todos falhamos, já que o nível de exigência é mesmo muito alto, tenta não falhar neste pontinho, que parecendo pequeno não o é. Ainda por cima, é agradável e tão fácil...muito mais fácil do que não falhar nos outros.

Jorge Pinto disse...

Ana, obrigado pelo excelente conselho, aferido pela dose dupla de experiência que lhe vem agarrado. Espero realmente estar à altura, se não de todas, ao menos dessa espectativa. Mas, já que no princípio de uma empreitada como esta temos de manter o espírito elevado, olho para o futuro com alguma confiança. Modéstia à parte, acho que tenho olho para acertar nas reticências...
Beijinho