quarta-feira, 27 de maio de 2009
Coisas da Vida, Eu Sei Lá
Que me desculpe a Margarida algum ténue plágio no que ao título diz respeito mas um gajo às vezes nem sabe… o que escrever, com quem estar, se vá ou se fique, se surfe ou se fique a seco…
Julgo que por alguma falta de salinidade nas minhas correntezas intravenosas. Há também o stress causado por alguma análise de temas tipo situação política, económica e social. Vezes há em que me parece estar tudo parvo: as pessoas ou andam aluadas e apáticas ou à beira de um ataque de nervos bem encastrado numa dose maciça de esquizofrenia.
O meu filho estava a ter uma aulita de surf – ou seja, dois monitores impediam que várias crianças se afogassem e tudo faziam por garantir uma valente carreirinha em direcção ao areal – e outros que não mais que demasiados surfavam em ondas que não lembravam a nada: as pranchas não andavam e a uns bons 50 metros, uma espécie de professor leccionava uma outra aula desde a areia.
Uma senhora desesperava ao colo com um caniche anão profundamente irritante enquanto o imponente boxer da amostra tutorial tudo fazia pela canzana da semana. Levantei-me e vagarosamente fui ter com o dono do dito cujo e leccionante que reconheci, e simultaneamente me instigou o raciocínio: ‘Estranho mundo este o dos professores que não sabem surfar e dos alunos que não sentem o surf’ – indaguei para comigo. Pedi-lhe educadamente para prender o cão e se ao princípio a vontade não era muita, passados breves instantes e já menos civilizadamente lá o demovi.
Os pretendentes a prózinhos pulavam à frente da espuma e os assobios permanentes do companheiro do boxer quebravam-me qualquer tipo de hipotético momento zen ou de introspecção suposto de ter lugar numa manhã solarenga passada à beira mar enquanto o meu melhor amigo se divertia à gargalhada em cima do softboard alugado a peso de ouro.
Talvez por tudo isto e por não ter surfado… fiquei chateado. Tanto que fiquei a matutar na melhor forma de me vingar de todos eles: o boxer e o caniche, a velhota e o personal trainer, todos os alunos surfistas e talvez de algum sargo ou robalo que por ali deambulasse…
Aguardei pacientemente e 72h depois fugi. Saí pé ante pé do meu local de trabalho escandalosamente antes da hora do almoço – pareceu-me até que na do café da manhã – e fiz-me à estrada. Meia hora depois aí estava o cenário pelo qual ansiava: mar liso, maré perfeita, linhas curvilíneas, tamanho ideal e ninguém na água ou nas redondezas. Surfei bem - apesar da fustigação de algumas mazelas dos ouriços perdurarem - e saí de sorriso rasgado e as falésias são minhas testemunhas... Fiz-me a elas e sei lá se foi o retomar do meu momento zen. Sei lá se fiz mal e deveria era estar a trabalhar. Sei lá se fiz bem em ter surfado e por tal facto agora conseguir estar a partilhar contigo o meu momento de egoísmo… eu sei lá.
terça-feira, 26 de maio de 2009
(S)Em Verdade Te Digo
Ilustração de Vera Costa
Começo-te por avisar, Caro Leitor, para que não acredites. Melhor, para que não busques, entre as linhas, aquela verdade crua que a lógica e a razão combinadas com as mais elementares leis da física atestam. Aqui é mais coração.
Aqui tudo é mentira. Mentira, e da boa. É a verdade potenciada.
"A malta que o conhece jura que o gajo não surfa um alho"- diz um acerca dos relatos em primeira pessoa do outro que os publica.
Pois não. É verdade. E é desta verdade que falo. Não presta. É supérflua. É mesquinha. Tem a relevância de um grão de areia num superbanco recém formado.
Numa peça de teatro que quer ter a prespectiva do técnico de luz? Só o próprio suponho. Eu não quero saber, pelo menos por agora enqunto me comovo, de que é de watts feita a aura que emana do vilão mesmo a tempo da sua redenção.
É o Romeu manco de uma perna e a Julieta carregadinha de borbulhas. É D. Sebastião morto em Alcácer Quibir e as manhãs de nevoeiro reduzidas a condição metereológica. É o profeta sem milagres e a morte sem Poesia. É a morte da Poesia.
É sair de uma sessão daquelas, peito feito, esperar pelos elogios mais que certos às duas últimas ondas observadas de fora pelo amigo que saiu mais cedo, já como o "Obrigado, pá..." debaixo da língua e ter de ouvir ao invés um :-"Se fizesses mais tal e coiso o surf saí-te mais tal e qual".
Arre gaita.
Aqui tudo é mentira. Mentira, e da boa. É a verdade potenciada.
"A malta que o conhece jura que o gajo não surfa um alho"- diz um acerca dos relatos em primeira pessoa do outro que os publica.
Pois não. É verdade. E é desta verdade que falo. Não presta. É supérflua. É mesquinha. Tem a relevância de um grão de areia num superbanco recém formado.
Numa peça de teatro que quer ter a prespectiva do técnico de luz? Só o próprio suponho. Eu não quero saber, pelo menos por agora enqunto me comovo, de que é de watts feita a aura que emana do vilão mesmo a tempo da sua redenção.
É o Romeu manco de uma perna e a Julieta carregadinha de borbulhas. É D. Sebastião morto em Alcácer Quibir e as manhãs de nevoeiro reduzidas a condição metereológica. É o profeta sem milagres e a morte sem Poesia. É a morte da Poesia.
É sair de uma sessão daquelas, peito feito, esperar pelos elogios mais que certos às duas últimas ondas observadas de fora pelo amigo que saiu mais cedo, já como o "Obrigado, pá..." debaixo da língua e ter de ouvir ao invés um :-"Se fizesses mais tal e coiso o surf saí-te mais tal e qual".
Arre gaita.
((Texto publicado na Free Surf Magazine))
terça-feira, 19 de maio de 2009
Origami
O mar estava bonito apesar do crowd.
Sets com bom tamanho, o vento a aumentar mas off-shore e, em qualquer outro dia, quando um de nós dissesse "altas!" o outro responderia "bora!"...
Naquele não. Naquele, viemos embora. Mesmo depois da viagem e da semana de trabalho sem surf, virámos as costas às pouco menos que excelentes condições e fomos beber o café de meio da manhã. Existiram outros motivos, mas uma das leituras possíveis é houve algo de Brooks Hatlen, um d’Os Condenados de Shawshank, neste comportamento. Falo por mim que, aparentemente "institucionalizado", preferi matar o vício semanal ao de fim-de-semana.
Pelo sim, pelo não, para contrabalaçar os efeitos secundários da cafeína, já pedi que mesmo as cartas institucionais que me venham dirigidas aqui no escritório me cheguem ainda dentro dos envelopes...
Fotografia de Shawn Parkin
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Localismo
Para quem não conhece o termo, dentro do surf será parecido a algo como bairrismo. Passo a exemplificar…
-‘Tu vens aqui ao meu bairro e tal, tasse e coiso mas de mansinho… e c’as garinas aqui da rua tu não te metes q’isto é tudo prá malta amiga e não pra paraquedistas como tu q não te conheço…! Tás a micar a cena ou não?!?!?’
Quando surfava melhor e tinha o sangue mais efervescente – leia-se: era ainda mais estúpido e a serenidade pós 30 ainda não constava do léxico pessoal – servia o pretexto ‘localista’ para apanhar as melhores ondas da praia porque a minha casa era de facto mais próxima do pico que as de alguns desgraçados que se me atravessavam no caminho em dias de menor sorte.
Por norma, o localismo não vitimiza os gajos com mais de 1,90m e que pratiquem jiu-jitsu.
Quer isto dizer que a tal animosidade só transparece quando existe uma matilha ávida de sangue – em havaiano algo como os Da Hui (ou wolf-pack) – cujos elementos, quando isolados da restante espécie, não passam por norma de cobardes amistosos.
O tema pareceu-me engraçado pois, quando deambulava pela net em pesquisa das melhores pechinchas disponíveis - agora que se aproxima o verão e a última vez que fui ao Oriente comprar surf wear já se distanciou da presente data - se me deparou o artigo em cima: uma t-shirt com dizeres raciais - na nossa gíria pelo menos - por pouco menos de 50,00€ e disponível em qualquer banca indonésia por 1/10 do valor. No meu caso, poderiam pagar-me 10x esse valor que não a usaria.
Sendo a Billabong uma marca australiana patrocinadora de eventos pelos 7 mares logo, afecta à causa da globalização… parecem-me um pouco contraditórios os dizeres escarrádos sobre o têxtil.
Acredito piamente que na conjuntura económica que vivemos, devamos abranger o máximo de potenciais clientes e daí que talvez se trate de um produto destinado aos praticantes do localismo. Mas não cai a marca no erro de se distanciar dos seguidores do eterno tema: ‘Only a surfer knows the feeling’ que sabiamente divulgou e profetizou pelo globo? E que engraçado se na etiqueta dessa t-shirt esse mesmo logo estivesse presente!!!!
E se todos os surfistas que não os Aussie’s praticassem algo do género:
- Sell your stupid tshirts in your own country?
Parece-me contra senso que uma multinacional cujo património advém directamente dos surfistas, promova a criação de barreiras e vá contra o que são a natureza do desporto que nos une e distingue:
- Actos de reunião, solidariedade e serenidade em harmonia com a natureza e o que esta nos oferece a troco de nada pois para surfar... basta estar lá.
-‘Tu vens aqui ao meu bairro e tal, tasse e coiso mas de mansinho… e c’as garinas aqui da rua tu não te metes q’isto é tudo prá malta amiga e não pra paraquedistas como tu q não te conheço…! Tás a micar a cena ou não?!?!?’
Quando surfava melhor e tinha o sangue mais efervescente – leia-se: era ainda mais estúpido e a serenidade pós 30 ainda não constava do léxico pessoal – servia o pretexto ‘localista’ para apanhar as melhores ondas da praia porque a minha casa era de facto mais próxima do pico que as de alguns desgraçados que se me atravessavam no caminho em dias de menor sorte.
Por norma, o localismo não vitimiza os gajos com mais de 1,90m e que pratiquem jiu-jitsu.
Quer isto dizer que a tal animosidade só transparece quando existe uma matilha ávida de sangue – em havaiano algo como os Da Hui (ou wolf-pack) – cujos elementos, quando isolados da restante espécie, não passam por norma de cobardes amistosos.
O tema pareceu-me engraçado pois, quando deambulava pela net em pesquisa das melhores pechinchas disponíveis - agora que se aproxima o verão e a última vez que fui ao Oriente comprar surf wear já se distanciou da presente data - se me deparou o artigo em cima: uma t-shirt com dizeres raciais - na nossa gíria pelo menos - por pouco menos de 50,00€ e disponível em qualquer banca indonésia por 1/10 do valor. No meu caso, poderiam pagar-me 10x esse valor que não a usaria.
Sendo a Billabong uma marca australiana patrocinadora de eventos pelos 7 mares logo, afecta à causa da globalização… parecem-me um pouco contraditórios os dizeres escarrádos sobre o têxtil.
Acredito piamente que na conjuntura económica que vivemos, devamos abranger o máximo de potenciais clientes e daí que talvez se trate de um produto destinado aos praticantes do localismo. Mas não cai a marca no erro de se distanciar dos seguidores do eterno tema: ‘Only a surfer knows the feeling’ que sabiamente divulgou e profetizou pelo globo? E que engraçado se na etiqueta dessa t-shirt esse mesmo logo estivesse presente!!!!
E se todos os surfistas que não os Aussie’s praticassem algo do género:
- Sell your stupid tshirts in your own country?
Parece-me contra senso que uma multinacional cujo património advém directamente dos surfistas, promova a criação de barreiras e vá contra o que são a natureza do desporto que nos une e distingue:
- Actos de reunião, solidariedade e serenidade em harmonia com a natureza e o que esta nos oferece a troco de nada pois para surfar... basta estar lá.
Variações - Pensamento do Dia
O apelido do saudoso António. Cabeleireiro, criativo, cantor, homossexual assumido muito à frente para o seu tempo e o autor de sábios versos de onde hoje destaco:
- ‘Só estou bem onde não estou…’
A ambição é virtude ou defeito dependendo do doseamento do indivíduo que a possua. Pode levar-nos ao que julgámos antes nunca alcançar mas também a uma permanente insatisfação e logo, ansiedade e impossibilidade de apreciar o que já possuímos e usufruímos. A minha mulher diz-me que tenho uma grande pancada – assim e sem ir muito além dou-lhe já total razão - e gabo-lhe a paciência de me aturar todas as obras, ampliações, remodelações com que lhe infernizo o dia-a-dia no lar doce lar, que mais não são que uma busca de melhor, de mais conforto e da concretização do que me vai na alma em termos de… ‘ninho’.
Num contexto algo mais relacionado com a maresia, muitas vezes desespero com o sentimento de insatisfação dos demais. Alturas houve em que deixei de surfar com família e amigos e optei por transitar só para o areal de forma a não aturar demagogias como estas:
- ‘É pá ali é que é capaz de estar bom e não aqui…’
- ‘Se tivéssemos parado na outra praia não estávamos a apanhar estas mediocridades …’
Quanto vezes não me deparei noutros países – felizmente que de águas bem mais tépidas que as nossas – a apanhar ondas de calibre substancialmente inferior às que por cá deambulam…? Dezenas de horas de avião e kg de cansaço acumulado, milhares de euros depois para no fim… pior que do mesmo.
Claro que lá apanhei as ondas dos meus sonhos… mas necessitei das de cá para poder usufruí-las condignamente! Diz-se por aí que só damos valor ao que temos quando deixamos de o possuir, e enquanto surfistas sempre fomos associados à mítica e eterna procura da onda perfeita…
E porque não o melhor dos dois mundos? Porque não apreciar as ondas que temos ao nosso dispor e partir em busca de outras numa senda de complemento e não numa pesquisa desenfreada e angustiante…?
‘Então porque raio viajas tu?’ – não me parece que alguém se consiga sentir (quase) completo sem conhecer outras realidades e costumes. Sons e cheiros. Cores e sabores.
E embora continue a afirmar veemente que estou bem onde estou, gosto de saber o que está do outro lado, e a isso não se poderá somente designar de ambição mas sim de curiosidade… embora esta tenha sido a causa principal da morte do gato…
Baú das Recordações - MAIS UM DIA DAQUELES
Altas ondas, granditas e com power. Mar glass e pouco crowd.
Chega um alfacinha ao estacionamento e diz meio nervoso: 'Que loucura de mar... está metrão ã??? Nunca pensei pá. Pena que só tenho uma 5'9" e a maré está demasiado cheia...'
Nem respondi limitando-me a sorrir enquanto trancava a carroça. Cheguei à areia, estendi o arraial no meu spot de toda a semana e vesti o fatuxo último modelo à la Fanning.
Água gelada de novo e esperei por uma aberta na arrebentação enquanto os tendões gritavam por socorro quando num contexto de 12 ou 13ºC.
'C'a granda metrãozarrãozão...' - pensei para comigo ao ver alguns amigos meus a dropá-las lá bem atrás enquanto me lembrava do risosito amarelo do pintas cheio de autocolantes no carro e madeixas louras. O impacto da onda na superfície vidrada produzia uma espuma maior que qualquer um deles.
O offshore estava menos forte que nos dias passados pelo que algumas das linhas quebravam rápidas demais para quem não tinha prancha práquilo ou kit de unhas instalado. Nitidamente o caso de todos os que lá estavam comigo incluído. Mas iria ser divertido na mesma.
Na memória fica o começar a dropar e ver uma paredaça ao lado toda armada e à espera de ser desbravada.
Apetece congelar o tempo. Parar o mundo e sair da prancha. Percorrer aquela escultura a pé enquanto o silêncio te envolve. Caminhar e começar a marcar com tinta fluorescente todos os pontos onde queres q a tábua passe. Um trajecto de curvas alternadas com segmentos de recta destinadas à aceleração sempre que apontadas à base da onda e para palmilhar secções quando paralela à mesma.
Depois de tudo marcadinho carrego no play. O som dispara das colunas e o trovejar do grosso lip a bater lá em baixo ensurdece tudo e todos. As gotas no rosto e cabelo secam rapidamente dado o offshore e velocidade com que passo pela malta que regressa ao outside. Uns gritam, outros riem-se e há os que me levantam o polegar enquanto remam já cansados.
Dois ou três roundhouses a trezentos precisamente no sítio onde tinha espetado a bandeirola. Mando para baixo de novo, puxo o bottom exerço alguma pressão no tail e encaixo. Esmago o deck com o pé da frente e aponto a minha menina para baixo numa diagonal perfeita quando saio e a onda continua grande e perfeita direita à areia.
O quebra-coco passa dos dois metros pelo que o melhor é pensar já na próxima. Levanto voo. Perco noção do peso e sinto a leveza do ser. Alguma vertigem ataca-me o estômago pois perdi a noção para que lado ficava a água. A calma toma conta de mim enquanto mergulho num banho gélido.
Toda a minha vida quis ser surfista. Sempre quis possuir aquele sorriso característico. O de quem volta pró pé dos amigos no outside depois de ter surfado mais uma onda daquelas que vale mesmo a pena.
Mesmo sem grandes truques ou paneleirices. Umas linhas, umas curvas e um chapelito. Sentir os rails a funcionar e o turbilhão criado pelos finos. Contar as gotas no spray levantado pelo offshore.
Dizia um puto aqui há dias numa qualquer revista da especialidade:
'Cá em Portugal só há 3 ou 4 gajos que sabem surfar.'
Digo eu em nome de muitos de nós:
- Tão enganado estás.
Baú das Recordações - O LIMITE
Afinal o limite não é o céu.
Estiveram umas ondas daquelas mesmo, mesmo, mesmo boas. Tipo o discurso do contemporâneo Bruno Nogueira mas com a garrafa de lado e de tara azul esverdeada...
A manhã foi começada com uma surfada agradável nas horas com pouca gente e no quintal de casa. Surfei a maré vazia toda e só saí já perto da hora de almoço. Andou tudo de taxa arreganháda tal a extensão e perfeição das onditas... e mais pró fim a coisa até começou a ganhar volume mas o cansaço resolveu fazer das suas e tive mesmo que 'abalar' rumo ao beach break mais próximo – leia-se snack bar.
Almoço bem regado com maralhál que teima em se preocupar com uma possível depressão da minha pessoa dado a complicada situação profissional em que me encontro e depressa regressei ao pico.
'Estranho... só 3 gajos na água...??? Parque de estacionamento cheio??'
Pus-me na conversa com alguns deles enquanto fui tirando o fato e pu-lo do lado certo já q do avêsso dificulta a remada e fica mal nas fotos... eis que no horizonte aparecem as razões que mantinham toda aquela gente afastada da água.
Linhas infinitas e perfeitas rebentavam ruidósamente no mesmíssimo pico onde de manhã só por algumas vezes deixou a coisa atingir os 2 metros. Outras no entanto partiam fora do sítio mas está por nascer a bela sem senão... Com o almoço ainda às voltas fiz-me a elas e de facto demorava-se um bocado a remar onda acima.
Fizemos altas ondas. Mas altas daquelas dos filmes. Tudo dividido irmanamente e eis q a malta da Ericeira zarpou deixando-me a mim e a um amigo na água. Entra então uma fraca figurinha de cabelo comprido...
- 'Haja algum gadelhudo de coragem' - pensei eu num profundo pensamento anti-metrossexual.
Mais dois ou três drops daqueles com os ditos na garganta e os varrimentos começaram a ser alguns com o virar da maré... olho para a areia e vejo a minha companhia de surfada com a segunda prancha partida da semana.
'Mais uma e bazo que ainda me salta alguma perna fora se o shop não rebenta…'
Vem aquela muiiiiiita grande lá no horizonte e num pensamento do contexto daquele 3 parágrafos atrás saio-me com um 'não és homem não és nada caraças'... - acho que rangia os dentes, estava com cara de poucos amigos e de olho do cú apertadíssimo - tudo para esconder o pânico e medo instalado óbviamente.
Remo desalmadamente e a rapariga vira-se para mim a começar a remar que nem uma doida mas com uma calma impressionante e diz: 'Consegues entrar ou vou eu...?'
Caiu-me tudo ao chão.
Naquela onda ultrapassei todos os meus limites. Surfei depressa demais, dropei de uma altura grande demais, levei o meu pobre coração a rotações exageradas e levei uma lição anti-machismo das que não há memória.
Vim desde lá detrás com os olhos esbugalhados e fui esmagado pela espuma do quebracôco...
Quando saí ofegante e vou a subir a escadaria diz-me um dos hot locals da Consolação:
- 'Aquela onda tinha bastante mais que o dobro do teu tamanho má frend'
Ao que respondi:
- 'Tive que a apanhar ou a gaja que estava lá dentro tirava-ma...'
Partimo-nos a rir e vim relaxar o corpito já a seco e a salvo.
'O limite não tem sexo' - é a lição a retirar de mais um dia de desemprego bem passado.
Baú das Recordações - PAIXÃO CÍCLICA
Lembrei-me aqui há dias dos meus tempos de adolescente... dos dias de bezerranço puro e duro, das borgas, da ausência do 'ter que'...
Depois comecei a lembrar-me das paixões que tive... das giraças e boazudas q se sucederam noite após noite e das tardes de verão, cujo desfalecer acabava invariavelmente numa qualquer duna moldada pelos lestes quentes que alternavam semanalmente com uma nortada que nos fazia aconchegar...
'A paixão cega-nos mas mantém-nos vivos'... inventei eu agora como resposta às lições de racionalidade com que me vêm acenando por toda a minha caminhada e que felizmente fui oportunamente refutando.
Entretanto apaixonei-me pelo mar. Mais que antes. Já gostava dele mas a minha maturidade não me permitia percebê-lo integralmente. Estabeleci prioridades e pu-lo à frente delas. Não me lembro de grandes pormenores dos momentos de amor ardente passados junto à beira mar mas lembro-me detalhadamente de algumas das melhores surfadas que dei... só e com amigos, com sol escaldante ou debaixo de intensas tempestades e céus violetas ocasionalmente rasgados por relâmpagos.
E apareceram os filhos. Esses que nos reorganizam as prioridades. Que nos fazem passar ao lado de inúmeras surfadas sem que nos arrependamos disso.
Esta semana, entre uma onda e outra parei no pico, sentei-me na prancha e apreciei as arribas... silenciosas e imponentes, quase iguais desde que pela primeira vez parei para as vislumbrar.
Tudo mudou em mim. Mudei de desporto e tornei-me adulto. Tenho família e milhentas obrigações mas continuo a sentir o mesmo quando remo mar adentro e sinto o frio da água a tentar passar pelo neoprene e o sal a escorrer do cabelo para me adocicar a boca.
Dias há no entanto que tudo me parece sem sentido. E então parto. Rumo a algum lado em busca de novas paixões e sensações. Mas com a prancha debaixo do braço. Parto para sentir saudades e voltar a dar sentido à bela surfada que é esta vida.
Quando partir definitivamente, é bastante provável que os meus filhos olhem para as mesmas arribas, as que me acompanharam quando me iniciei nestas lides do mar e me aplaudiram nos momentos de maior inspiração, me incentivaram quando tudo correu mal... ou me guiaram quando o mar me quis tomar o pulso. Espero que sintam o quão bela é a vida assim como a sinto cada vez que surfo. Que se desviem das merdas e desperdícios de tempo e energia e que rumem ao pico, apanhem uma onda do set e façam as arribas vibrar de alegria por mais alguém sentir para que cá andamos...:
- para nos apaixonarmos e sermos felizes como só os Surfistas o sabem ser.
sexta-feira, 15 de maio de 2009
Política
Sentado num dos meus pointbreaks predilectos, respirava ainda algo ofegante o doce odor da maresia após uma debandada estratégica precedida das duas únicas ondas do dia, dropadas no limite e em fuga de uma espuma tipicamente havaiana.
‘Isto aqui de fora nem parece assim tão grande’ – pensei.
Mas que raio de coisa era aquela que se me deparou no horizonte, atropelou e fez estalar todas as vértebras do pescoço…?!?!’ – inquiri.
Olho para as escadas que repousavam perto do meu poiso e onde, momentos antes da minha retirada, tinha vislumbrado um surfista cheio de pica e que corria euforicamente julgo que para comigo dividir alguma ansiedade - 50/50 ou algo parecido pelo menos – e o mesmíssimo atleta possuído pela mesmíssima força de vontade, seguia agora em direcção oposta para a segurança da sua viatura.
Previam vocês chegar a algo que vos ligasse ao título, certo? ‘Somos demasiados’ – é este o pensamento a ter nesta prosa acerca de política.
Deitei-me de boxers sobre a capa da prancha - não fosse chegar a casa e deparar-me com um ‘Já…?!?!?!’ – e olhei para as linhas que varriam o horizonte. A solidão do local – embora sábado não tivesse sido o palco de mais uma das épicas (na minha fácil escala pessoal) surfadas que dali retirei – deu-me para o pensamento. Aproveitei o sol e pus alguns neurónios a surfar.
Surfo aqui pela quantidade. A das ondas que são sempre muitas e rebentam sempre no mesmo sítio. E pelos surfistas que por norma são sempre poucos pois nem toda a gente se sente à vontade no local… a questão política passa também por isso: quantidade.
Os gajos são demasiados e por o serem, consomem desmesuradamente – via impostos e legislação suis generis – como a fábula de ontem que é a lei dos poços: ‘consomes água que não a da rede? Então vais passar a pagá-la!’. Nós cada vez produzimos menos porque não nos deixam. As micro, pequenas e médias empresas desaparecem a cada dia que passa dada esta ‘ajuda’ estatal... que mais não é que mero instinto de sobrevivência de um parasita de dimensões agora disformes chamado Estado. Daí que quando na paz do meu solário – que não me importarei de partilhar com alguém mesmo que comigo não queira partilhar a referida dose de adrenalina de há 4 parágrafos atrás – penso numa solução que não passe apenas pelo meu voto e me advém a ideia de um reset, ou seja, o assumir que o sistema, nos moldes em que foi criado já não existe e foi subvertido aos interesses dos que dele se foram servindo durante décadas.
Talvez por ter ouvido um líder de bancada ainda este mês vomitar algo como ‘a solução para o défice passa obviamente por um novo aumento de impostos’ e não algo como ‘a razão para o mal estar da economia nacional passa por nós, políticos, sermos demasiados e vocês não terem forma de nos sustentar, sendo que para se fazer política basta uma variedade de cores e não uma mala repleta de lápis de cera’, tenha num ápice submergido na poça de água mais próxima, sem o meu pesado 4/3mm pós época, na vã tentativa de arrefecer a massa encefálica… Demasiados. ‘Vós sois demasiados’ é o que vou escrever 3x em boletins de voto este ano. E remato com um ‘seus bois’, que senão chegam ao facto de ter sido eu a escrever isso… assim e mais à popularuxo já não chegam lá e pensam que sou de alguma aldeia. Não que não seja pois detesto a urbe... mas acreditem a mim, saloio em qualquer par de cromossomas que me constitui, que vai chegar a algo parecido com isto:
DGCI – Nova Taxa de Respiração: 10,00€/dia
Nota:
Nem se dê ao trabalho de indagar a inconstitucionalidade da taxa ou de arranjar desculpas pois o facto de respirar é uma opção sua.
Apresentação
Após um longo período de impasse resolvi desperdiçar algum papiro…
Entenda-se por ‘longo período’, os meses passados depois do meu último enlace – sem conotação homossexual ou tão pouco homofóbica - com três amigos lá por quentes e longínquas terras marroquinas onde algo semelhante a busca de paz, sossego, alguma introspecção e se possível ondas e a isto se me assemelhou como um mote:
- ‘Se já não te identificas com o Fórum, escreves no nosso pedaço pois divirto-me a ler-te…!’
- ‘Vocês não me levem a mal mas essa coisa da Blogosfera parece-me um pouco… sei lá, estática acho eu… um fórum é algo mais ‘tête-à-tête’ e vocês bem sabem o quanto me satisfaz um bom debate de ideias… embora nestes últimos 2 anos de facto não tenha aparecido alguém com capacidade argumentativa de realce… vou pensar no convite mas desde já vos agradeço…’
São eles os três mentores do http://vagueares.blogspot.com/...
Viemos de Marrocos, entrou a época de neve com passagem pela Serra Nevada e algures pelo meio fui despedido… com o despedimento veio o surf e com este, dois pés cravadinhos de ouriços… cerca de 86 espinhos para ser mais exacto e 90 dias sem água salgada.
No passado fim de semana regressei. De botas, é certo, e sem reconhecer a minha própria prancha dos meses passados no armário da garagem, mas voltei. Regressaram também as dores no tórax da pressão no deck, nas costas dado o esforço de horas de remada quando mais não faziam que puxar pelas muletas…
E com tanto regresso junto, voltou também a vontade de partilhar momentos da alegria que nos advém do privilégio de sermos surfistas. Os meus no entretanto vão tendo alguma ansiedade e stress pois o facto disto não ser propriamente igual à bicicleta – esqueci-me mesmo onde raio ficam os pedais – e de me sentir com uma idade situada algures entre os 110 e os 115 anos em termos de preparação física, deixou-me quase que mais deprimido à saída que à entrada. A entradinha da tarde já correu melhor e julgo que com algum treino e persistência terei sérias hipóteses de apanhar mais e melhores ondas num futuro espero que próximo…!
Sexo
Apesar de pai de 3 lindas crianças, não me tenho como um surfista ressabiado - óbviamente que o meu anúncio preferido em qualquer revista de surf seja o da Reef, mas pretiro uma Surf Portugal ou Onfire a qualquer Soup num abrir e fechar de olhos… muito pelo conteúdo mais artístico e menos pretensioso.
Quando pequeno vivi um drama de dicção e ortografia. Julgo que por ser filho de emigrantes e não falar a língua mãe até aos sete anos de idade… entendia perfeitamente o português mas não articulava nada que não passasse pelo francês. Talvez daí a minha frase favorita, à época fosse uma derivação do rato e da rolha do rei da Rússia… estranhamente também nunca conheci Paris.
Ontem ao fim da tarde e depois de um dia de labuta intensa parei a chécar o swell antes do regresso ao lar doce lar, e como qualquer membro desta tribo do sal desesperei com o onshore fortíssimo que rebentava toda a santa linha que entrava bancada a dentro… ‘mais um dia sem surfar’. Deu-me para o pensamento e para a nostalgia…
A ampulheta e o broche. Felizmente que volvidos que estão quase 36 primaveras já decalco o sentido sexual destas duas palavras e cinjo-me assim à beleza respeitosa do termo. O broche não sei porque raio está nesta prosa mas seria para enfeitar uma lapela e não para tornar o fim de tarde mais promissor dada a espuma desordenada que me afligia a alma. A ampulheta – e porque se de alguma forma pudesse estar associado ao primeiro termo (se estivéssemos a levar isto para a sacanagem e dado o meu problema de dicção me enganasse no ‘Lê’) – mais não me ocorreu que a contagem de tempo.
O passar da areia pelo estrangulamento vítreo vs a nossa necessidade de quantificar o tempo. Existe também o dilema do meio copo cheio e do meio copo vazio. Alinhados que estão os termos da equação o que me ocorre são as ondas que já surfei… as memórias de adrenalina, velocidade e sentimento de preenchimento… aquela nuance bíblica do ‘caminhar sobre as águas’… dos sorrisos rasgados e dos episódios com os parceiros de Neptuno… e em que parte da ampulheta? Na areia que vagarosamente deixámos passar? Ou na que perdura ainda no bordo superior do vértice?
Estive agora 90 dias a olhar para a areia. Sem verdadeiramente a sentir, apenas a vê-la escorrer por entre os dedos… tudo o bom que possuo parece-me um pouco destemperado sem este sal que nos corre nas veias. Pensei na quantidade de areia que me faltaria mas tal poço relativo ao fundo, não lhe vislumbrei o topo… felizmente que assim o é ou temo que a algum tempo do fim poderia perder a pica de apanhar o set, de remar para a melhor!
Tanta gente me rodeia e demasiados com os olhos vazios e sem sal na vida. Obcecados pela ganância de ter um aquário maior que o do vizinho sem nunca conhecerem o prazer que é partilhar uma praia com os demais e uma onda com um Amigo.
Grão a grão a areia esvai-se e o copo fica cada vez mais cheio… ou vazio.
A Onda Balinesa - Encontrei-te
No contexto do pensamento do Pinto, este texto data de 2007 e foi dos únicos que redigi em pleno areal… perdoem-me a falta de modéstia mas para primogénito não ficou mal…portanto, se fazem surf e a Indonésia vos suscita curiosidade:
"Encontrei-te”
Começava até a perder a esperança de te conhecer,
Mas passadas q estão duas semanas dançámos os 2...
Quando cheguei ao pico apenas 5 pessoas te esperavam,
Mantive-me um pouco afastado e curti com uma mana tua,
Regressei feliz como só um Surfista sabe ser e parei mais sobre a bancada q os demais...
Eis q nem 5 minutos volvidos desatam todos a remar rumo ao horizonte,
Lá vinhas tu,
Remei com calma na tua direcção e passaste já de pé pelos q te tentaram alcançar,
Virei-te as costas e remei furiosamente para não te deixar escapar virgem e imaculada,
Passei rapidamente os pés para o deck e o offshore ergueu-te ainda mais,
Do alto dos teus 3 metros senti a imensidão do mundo e tornei-me pequeno,
Uma vertigem correu-me no estômago e as pernas tremeram-me enquanto mergulhei no teu dorso,
Eras curvilínea e esbelta como só uma onda balinesa o consegue ser,
Encetámos então a nossa dança, Rápida, perigosa e excitante,
A adrenalina percorre-me o corpo em cada linha q te traço,
Um minuto torna-se uma eternidade,
O tempo congela e amamo-nos mutuamente,
O vento seca-nos a face e algures a meio caminho sinto pânico,
Quase horror,
Poderia classificar de respeito mas foi mesmo medo,
Impossível ignorar o coral q pisas,
Tenho fracções de segundo para uma decisão vital e resolvo aceder-te,
Deixo q me cubras com o teu espesso manto e deslizo pelas tuas entranhas,
Ouço o teu respirar ofegante enquanto procuro uma saída,
Nas sucessivas bancadas que sobrevoamos vão aparecendo outros que nos saúdam eufóricos de alegria,
Outros olham de soslaio transparecendo a mais podre das invejas,
Desejam a nossa morte, um descuido, uma desatenção q cause o desastre,
Seguimos os dois, tu e eu,
A prancha permanece serena sob os meus pés quando alcanço novamente a luz do dia,
Desenho novas linhas tornando a velocidade vertiginósa como jamais o tinha feito,
A cada bottom, a cada mudar de rail sinto o teu roncar estilhaçando vida a nossos pés,
Chegamos então ao fim da nossa dança,
Do nosso tão aguardado e adiado bailado,
Pedes-me para te abandonar pois não podes fugir ao teu destino,
O mesmo q propôs q nos conhecêssemos,
Largo-te inundado de felicidade enquanto te desvaneces pouco + à frente abraçando o coral,
Sinto-me outro,
Alguém rejuvenescido,
Percorri meio mundo para me encontrar contigo,
E desesperava já por este nosso fugaz encontro, Um misto de receio e paixão,
De risco, paz e aventura... alguma infidelidade até...
Agora volto para casa,
Para aqueles q tudo são para mim,
Aqueles de quem abdiquei para vir ter contigo,
Para quem regresso agora + completo pois carrego-te comigo,
Gravada com curvas e rasgadas na minha mente...
Foi bom ter-te conhecido,
A única e inigualável Onda Balinesa.
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Le Premier Cri
Há algum tempo que escrevo sobre o mar.
Comecei sem maior motivo que organizar pensamentos e, em jeito de diário de viagens, vim andando.
Soube desde logo que, com esta decisão, alguns caminhos me estariam vedados. Aqueles de quem rezam as lendas raramente as escrevem, por isso, risquei ondas como Mavericks e Teahupoo do mapa e pus o meu tecto do mundo nas direitas quilométricas de Jeffrey’s Bay.
O surf deu-me novas perspectivas e algumas redefinições no formato mais extraordinário de todos, o simples. Saía da água com o corpo cansado e a mente fervilhante de ideias, inspirações ou verdades reveladas naquela improvável fronteira do divertimento. Depois, como agora, tentava descrever sensações com textos onde o único traço inequívoco será que os cingem os limites dos oceanos.
Por gosto, que passou a ser norma, rotulava-os segundo livros, filmes ou títulos de outras artes, com inerente reconhecimento ao original e explorando-lhes novos sentidos, por vezes diametralmente opostos. Não é defeito, é feitio. Tendo sido pai muito recentemente, ao contemplar o meu filho com uma saúde que espero o acompanhe toda a vida, empreguei uma expressão que tantas vezes ouvi usada com desânimo mas que, após 9 meses de esmagamento face à grandiosidade do que se passava à minha frente, me pareceu fazer todo o sentido para celebrar aquele momento: é a Vida…
Há algum tempo que escrevo sobre o mar. Pouco, para o quanto gosto de o fazer ou para o que faço quando o faço. Mas sei que se vos disser o que me leva a fazê-lo não vão precisar de nenhuma explicação.
Ando a tentar ver a vida por um canudo…
Ilustração de Vera Costa
((texto publicado na FreeSurfMagazine))
terça-feira, 12 de maio de 2009
Fim-de-Semana
"Direita dos besouros", perfeita, pesada e a quebrar sozinha bem lá no outside.
O aniversário da mãe e uma despedida de solteiro pareceram-me argumentos válidos para faltarem à chamada, e, sendo assim, ainda não foi desta que a família vagueares se voltou a juntar para mais uma surfada épica; em sua representação solitária coube-me então a mim esta árdua tarefa de conferir se as previsões de 3 m de swell e período de 14 que o windguru proclamava realmente se iam cumprir.
Por falar em outside...
A "esquerdinha" onde entrei - surfista desconhecido.
E eu a conferir a veracidade das previsões.
"Ôoi!"
Subscrever:
Mensagens (Atom)