segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Chocolate


Não sei bem o que vi nela nem o que fez para o despertar em mim… apenas aceitei que talvez fôssemos predestinados e que no mundo não havia espaço para mais alguém.

O calor da pele morena ou secalhar a química submersa… tudo na nossa vida possui salinidade e talvez a minha tivesse falta de alguma. Dediquei-me então áquele ser… um momentâneo jogo de olhares e inerente passagem ao dos sorrisos. Dei-lhe tudo sem nada pedir. Ela acedeu em fazer não menos que o mesmo. Prolongadas juras de um amor que ambos tínhamos como impossível, quase tanto quanto de efémero.

Do meio da multidão fez-se silêncio e o meu respirar ecoou até a alcançar. Entregou-se-me e inevitavelmente tomei-a. Entrei nela e juntámos as nossas ansiedades, confessámo-nos em uníssono mas no fim não passei de um cobarde.

Vivi com ela toda aquela intensidade, viagei meio universo mas regressei só… depurado, rejuvenescido e indecente o suficiente para partilhar o nosso momento com outros. Feliz por já não nos ter presente noutro modo que não em pensamentos. Sem prova viva do que nos uniu que não eu... e talvez a minha prancha.

Novembro 2009
Maré Vaza na Praia de Super Tubos
10AM, metro e meio, glass c/ offshore moderado e água barrenta.

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