segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Forever Young


Youth Group - Forever Young


It's so hard to get old without a cause

I don't want to perish like a fading horse
Youth's like diamonds in the sun
And diamonds are forever

A primeira vez que esta quadra me chegou aos ouvidos foi curiosamente pela voz de uma imitação do Marian Gold e dos seus Alphaville, num programa televisivo onde as estrelas choviam. Contava na altura quatorze primaveras e aquela melodia que conferia uma toada épica a frases fortes como "Are you gonna drop the bomb or not?", demorou alguns dias (desses que aos quatorze se parecem estender por 48 horas) a evadir-se da minha mente. A guerra fria tinha chegado ao fim havia já três anos e era já mais que certo que, felizmente neste caso, ninguém "dropava" a bomba.

No entanto enquanto não chegava a notícia da morte do filho bastardo do grunge, Kurt Cobain, houve sempre uma bomba prestes a cair. Pelo menos até aos dezasseis. Havia o livro de São Cipriano, que levaria à loucura aquele que o lesse de trás para a frente. Havia o mito das bombas de água oxigenada, os carrinhos de rolamentos e a sua relação causa-efeito com a quantidade de gesso por turma. Até "sofrer o desgosto de vestir como os Dj´s" aos dezasseis, haviam as bandas. Havia o rock....muita electricidade. E houve muito mais. Era a revolução da música e dos músicos. Ainda me lembro da contra-capa de uma revista da época na qual estava impressa uma frase que espelhava bem o espírito da altura.

"Better to live in the eye of the hurricane than to suck capuccino with record producers".

Agora que começo a desconfiar que não vou ser novo para sempre, e embora muito importe o que se deixe (na juventude), começo a apreciar o que dela se traz. Interessa trazer os diamantes , porque eles são para sempre. Com a ressalva de que compreendo que o "generation gap" existe desde o principio da civilização, ainda assim não posso deixar de avisar os mais novos de que o telemóvel topo de gama tem um tempo de vida útil baixo, e de que o bronzeado acaba no inverno. Não que eu pense que estes tempos em que cada vez mais contam as aparências sejam uma fatalidade no que toca ao intelecto da juventude. Nem generalizo. Também eu e a minha geração fomos apelidados de "Rasca". Fez-nos bem. Agora chegou a vossa vez. Não temam a sombra porque para o ano há mais e nunca se sintam a salvo. Bombas podem cair todos os dias. O segredo é correr para a frente sem deixar de apreciar o espectáculo das que nos falham por pouco.

domingo, 12 de agosto de 2007

WQS Aquece!

Fistral Beach

Acabou há momentos o Rip Curl Board Masters, o WQS de 5 estrelas realizado anualmente na Fistral Beach em Newquay, Inglaterra e pode dizer-se que os concorrentes mais directos do Saca, os de topo da tabela, aproveitaram da melhor forma a sua ausência.

O norte-americano Ben Bourgeois ganhou o evento e mostra estar completamente focado nas vitórias, ao fazer duas finais em dois eventos consecutivos (no Japão ficou em 2º). De 4º lugar no ranking WQS passou para 2º, apenas, veja-se, a 24 pontos do Tiago!

O brasileiro Heitor Alves foi protagonista de muitos dos momentos mais radicais de todo o campeonato, fotografia de Damien Poullenot.

Como podem saber, a classificação no WQS (World Qualifying Series) consiste no somatório dos melhores 7 resultados de entre as provas calendarizadas anualmente, pelo que, nesta altura, o Tiago “Saca” Pires precisa de descartar o seu pior resultado que é de 1125pts, uma tarefa mais complicada do que para o Ben Bourgeois, por exemplo, a quem basta obter uma pontuação acima de 813 pts para amealhar mais pontos na classificação geral.

Marlon Lipke ainda passou um heat, mas ficou-se pelo round de 96, tal como o Ruben Gonzalez e o Justin Mujica, fotografia de Damien Poullenot.

O brasileiro Heitor Alves mostrou igualmente que sabe o que anda a fazer, no último evento, no Japão, tinha ficado em 3º (chegando à meia final), desta vez ficou em 2º, curiosamente perdeu das duas vezes para Ben Bourgeois, adiando a desforra para uma próxima oportunidade. Jay Thompson ficou em 3º e encurta para 450pts a distância que tem do 1º lugar.

Com a luta pela vitória do WQS ao rubro, os mundiais seguem agora para França, onde já daqui a dois dias começa em Lacanau o WQS 6* e onde já entrará o Saca (directamente no round dos 96).

O campeonato revestiu-se de muita animação e diferentes focos de interesse, desde skate, a bmx, fmx, concertos e também da escolha da "Nuts Boardmasters Babe".

Como diria uma amiga minha: "Gordas!"

sábado, 11 de agosto de 2007

A Primeira Vez


Não me lembro da primeira vez que surfei uma onda. Aliás, lembro-me muito vagamente. Esqueci os pormenores. Esqueci o que interessa.

Penso muitas vezes se, uma vez chegada a idade em que não possa mais surfar, se as recordações que consiga guardar, de uma onda, um drop, uma fracção de segundo em que sinta a prancha um prolongamento do meu corpo que obedece aos estímulos do cérebro como um dos quaisquer membros, se serão suficientes para me refrear a vontade de fazer o que o corpo já não permite. Será recordar viver? Será sobreviver?

O carismático tube rider havaiano “Mr. Pipeline” Gerry Lopez , interrogado sobre a experiência de um wipe out na mítica bancada de Pipeline no filme “Step Into The Liquid”, responde que: –“...tu pensas que vais morrer! A maior parte das vezes não se morre. Bem, talvez morras...um bocadinho”.

Por vezes dou comigo a pensar se não morro um bocadinho em cada onda que rasgo com as minhas quilhas. Uma troca directa...olho por olho. O oceano dá-me uma onda, entrega-ma, e sem pedir leva de mim fragmentos do que eu sou. Do que eu poderia vir a ser. Onda a onda.

Hoje surfei nos Coxos. Foi a minha primeira vez.

Senti só por olhar, o peso daquele mar. Aquela baía em que quebram algumas das mais perfeitas direitas da Europa permaneceu secreta durante algumas décadas por um punhado de privilegiados que compreenderam a dimensão da dádiva que lhes era oferecida. Hoje ao descer para a baía compreendi o porquê desta atitude. É fácil. Não foi só por desejo dos mesmos. É a própria baía que pede segredo.

Desta vez julgo não ter morrido um bocadinho. Assinei mesmo a sentença. Reafirmei os meus votos e o oceano ofereceu-me de prenda seis ou sete ondas, fáceis, que claramente entraram pela baía, eu juro, desviando-se do resto do crowd existente. Imaginei o clima nos dias em que a onda se revela por inteiro. Imaginei a sensação do viajante e surfista australiano Daf Williams, vindo de uma viagem na qual passou quatro meses na Indonésia, e dois meses em J-Bay, quando surfou três tubos numa onda de de oito pés nos Coxos, partiu a sua prancha em três, saiu e disse – “Foi o melhor tubo que fiz até hoje. Vou para casa.”

Eu não minto. Não surfei ondas de 8 pés, não fiz nem um, quanto mais três tubos na mesma onda e a minha prancha continua intacta. Também eu vim para casa. Mas volto.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

3, 2, 1, Splash!

Capa da "Splash" n.º0, a ser lançada no próximo dia 13.

Uma das principais razões que me levam a escrever
num blog, prende-se com o facto de, em parte, isso me estimular a fazer coisas novas, a comunicar com mais gente e a não me sentir estagnado.

É demasiado fácil cruzar os braços e deixarmo-nos arrastar sem novidades pela vida que mantemos e essa acaba por ser a regra que observamos a maioria das vezes à nossa volta, a paradoxal falta de empenho e paixão naquilo pelo qual se nutre maior interesse.

É esse o motivo que me leva a ter uma especial admiração pelos autores do blog AlgarveSurfPhotos, que tiveram a radical atitude de dar corpo à sua arrojadíssima ideia de criar uma nova revista de surf, neste caso, dedicada à sua região.

O blog AlgarveSurfPhotos foi criado pelo Tiago Grosso, mas pelo meio foi ganhando outros autores e fotógrafos colaboradores, da sua revista prevejo, acima de tudo, que venham a romper com a postura clássica de outras revistas portugueses onde apenas figuram os nomes e as coordenadas do costume.


Assim meio em cima do joelho, fiz algumas perguntas ao Tiago, a que ele, simpaticamente, respondeu de forma pronta, aqui fica:

O que é a “Splash”?

Ora bem, Pedro! A “Splash” é muito basicamente, uma revista de surf dedicada ao Algarve, mas tem, e irá ter de futuro, muito mais do que apenas o surf da região. O surf no Algarve serve apenas de mote para aquilo que iremos futuramente fazer. É um denominador comum, o ponto de partida que define as prioridades.

Espero que a revista seja um reflexo de um certo estilo de vida que tem no mar, nas ondas, nas artes alternativas, na música e na fotografia a sua forma de estar. No fundo, aquilo que queremos, é mostrar o Algarve no seu auge. Quero que as pessoas abram a revista e digam "Uau! Estou com vontade de sair de casa e ir aproveitar as coisas boas que a nossa região tem para oferecer". A “Splash” é muito nova e tem muito por onde evoluir. Não quero estagnar num determinado conceito. Quero extrapolar limites e ideias preconcebidas daquilo que faz uma revista. Levar o Algarve ao mundo. Fazer uma revista que dê vontade de viver a vida ao máximo.

Como surgiu a ideia?
Bem, a ideia surgiu no seguimento do blogue AlgarveSurfPhotos (http://algarvesurfphotos.blogspot.com/). Eu comecei a fotografar há alguns anos atrás e entretanto, fiz este blog onde punha as fotos que ia tirando durante as surfadas e tal... Às tantas o blog ficou conhecido na região. Mais tarde conheci o Ivo Afonso das “Plancton Surfboards” e falei-lhe na ideia de fazer uma revista. Decidimos avançar, até que o Ivo (o homem dos sete ofícios) teve que desistir por falta de disponibilidade e eu continuo com a ajuda de alguns colaboradores a nível de fotografia, textos, etc. Basicamente foi assim. Não se trata de um sonho de infância, mas sim daquilo que neste momento faz sentido e se formos a ver bem (e dadas as circunstâncias no meio do surf algarvio) fazia todo o sentido criar uma revista dedicada ao Algarve.


Será que o actual bom cenário do surf algarvio, de onde estão a emergir nomes sonantes como os irmãos Guichard ou os Lipke, também ajuda a que uma revista como a vossa surja com maior naturalmente?

Claro que sim. Bons surfistas permitem excelentes fotos e isso dá credibilidade a qualquer revista que se preze e se fores ver, temos muitas fotos dos Guichard. Os Lipke não aparecem porque simplesmente não tive acesso a fotos deles, se bem que desejo ter de futuro. Mas como eu costumo dizer, não quero fazer desta revista uma revista para a elite do surf. Antes de mais, aquilo que quero, são boas fotos, independentemente de nomes. Além disso, a revista vai dar um impulso muito grande aos que estão a começar e àqueles que desejam ter uma carreira no surf, porque irá dar-lhes visibilidade através das fotografias e tudo o resto, coisa que antes era muito difícil eles terem com 3 revistas centradas na zona de Lisboa. A partir de agora é bem possível que, se fores surfar e fizeres um manobrão, apareças nas páginas da “Splash”. Isso é bom para todos.

Onde é que se vai poder encontrar a vossa revista?

Para já e tratando-se de um número zero, podem procurar na vossa surfshop mais próxima a partir de 2ªfeira dia 13. Eventualmente terá uma distribuição normal a nível de quiosques, mas estes pormenores irão ser divulgados no nosso blogue muito brevemente.

Fotos gentilmente cedidas pela Splash.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Magic Quiver

Prancha Dano, modelo "Pignar Breadbasket"

Deixou-me entusiasmado o facto de saber que, desde há uns dias a esta parte, podemos comprar ou encomendar pranchas "Dano" e "Rainbow Surfboards" cá em Portugal. Não que tal motivo me leve a correr a comprar uma, mas fico contente por saber que tais objectos de desejo me estão agora mais acessíveis.

Por detrás de ambas as marcas estão grandes shapers e a filosofia de conceber pranchas com uma qualidade e rigor de excelência, a meu ver, chega a ser fácil associar a noção de “obra de arte” a algumas destas pranchas.

Ficam igualmente disponíveis alguns templates que por cá só agora se começam a produzir e outros que nos são quase inacessíveis ou difíceis de encontrar.

Pranchas Dano, modelos "The Twins"

Adianto também uma pequena conversa com o Rui Ribeiro (o homem por detrás do quiver mágico):

Como funcionará a “Magic Quiver” em termos físicos? Haverá um espaço onde eu possa ir ver e comprar as pranchas?

Rui: Numa primeira fase, as pranchas estarão disponíveis apenas por encomenda. São pranchas muito especiais produzidas em pequenas quantidades e o principal objectivo da Magic Quiver é oferecer aos clientes um serviço personalizado e a possibilidade de encomendarem junto dos shapers a prancha dos seus sonhos. A médio prazo passarei a dispor de algumas pranchas em stock, especialmente os modelos mais procurados de forma a satisfazer os clientes mais apressados.

Estas pranchas ainda custam uma pipa de massa, a teu ver o que pode orientar alguém a fazer um investimento tão grande numa prancha?

Rui: Estas pranchas destinam-se sobretudo a conhecedores ou a surfistas que gostem de experimentar diferentes shapes e diferentes abordagens ao surf. Não são as normais tri-fins, são shapes muito especiais para quem procura um surf mais fluido, rápido e acima de tudo em maior sintonia com a onda.

E não podemos esquecer a qualidade das pranchas. Desde os blanks, às excelentes fibragens, passando pelas pinturas à base de resinas pigmentadas em vez de spray, tudo junto dá forma a uma prancha com um design, uma estética e uma qualidade muito acima dos padrões normais.

A qualidade das fibragens faz delas pranchas extremamente resistentes e duráveis acabando por ser um excelente investimento. Não é um quiver que se troque a cada estação, é um quiver que se vai aumentando a cada sorriso que proporciona após mais aquela fantástica onda que fizemos.

Já ouvi falar de pessoal que dorme com as pranchas ou até que lhe dá festinhas, lol, não que leves a coisa a esse extremo, mas também acreditas que para um surfista a prancha não se resigna a um mero objecto?

Rui: Não vejo a prancha como um mero objecto para atingir um fim. A prancha é mais que isso, é uma extensão do nosso corpo que nos permite viajar por paredes de água salgada. Tem de estar em sintonia com o nosso corpo, com o nosso surf. A prancha errada estraga qualquer surfada. A prancha mágica, essa prancha tão desejada por todos os surfistas, é aquela que é a extensão perfeita do nosso corpo, aquela que obedece aos nossos movimentos como se de mais um membro se tratasse.

E tal como devemos tratar bem do nosso corpo, também assim devemos tratar as nossas pranchas. Agora até onde cada um vai com esses cuidados, depende. Eu contento-me em mantê-la em bom estado, limpa, lavada e sempre pronta a usar! lol

Em termos de templates o que tens para oferecer?

R: A Dano oferece uma boa variedade de Longboards de inspiração clássica bem como Twins e Quad Fish. Nos Longs têm fantásticas pranchas para um surf mais clássico, cheio de estilo e acima de tudo muito noseriding! Em relação ás Twins e Quads, estas possuem um shape mais moderno desenvolvido a partir das Fish dos anos 60/70.

A Rainbow oferece uma maior variedade pois têm 4 shapers a trabalhar para eles, Rich Pavel, Mike Hynson, Steve Clark e Gary Macnabb. Têm desde Single Fins, Eggs, Mini-guns, Twins, Quads e Bonzers. Uma enorme variedade de shapes. O modelo com maior procura é a fantástica Speed-dialer do Rich Pavel. Uma Fish moderna, ultra rápida capaz de um surf mais solto. A Rainbow oferece praticamente todos os templates mais “alternativos” e qualquer surfista encontra aí uma prancha á sua medida.

Rainbow Speed-Dialer de Rich Pavel

Rui, já tens disponíveis Dano’s e Rainbows Surfboards, ficas-te por aqui, ou poderão ainda haver mais novidades?

R: O Objectivo é oferecer a maior variedade possível, dispor de uma boa oferta a nível de marcas, Shapers, templates. É um mercado relativamente novo e pequeno, por isso pretendo oferecer aos surfistas várias opções de forma a encontrar para estes a prancha certa, a prancha mágica. Não são pranchas que estejam aqui á mão de qualquer surfista. Não pretendo vender por vender, limitando o surfista a uma ou duas escolhas. Por isso em breve terei mais novidades, mais pranchas fantásticas para oferecer, alargando a oferta actual da Magic Quiver.

Podem tentar saber mais em: http://magic-quiver.blogspot.com

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

O dia mais quente

Fotografia de Patrick Trefz

“(…)
Olha...
É como o verão
Quente o coração
Salta de repente
Para ver a menina que vem
Ela vem, sempre tem
Esse mar no olhar
(…)”

Caetano Veloso – Samba De Verão

Ao que consta hoje foi o dia mais quente do ano.

O relógio marca, neste momento, uns minutos depois da meia-noite e só agora se começa a sentir uma brisa mais fresca a correr.

Sinceramente sentia falta desta temperatura extrema, desta intensidade climática… Gosto quando o sol se faz sentir desta forma implacável e quando os termómetros sobem desta boa maneira. Fico estranhamente confortável nestes dias, como se o calor entranhasse e me aconchegasse por dentro. Já me perguntava quando iria aparecer um dia assim…

Tenho perfeita noção que não há muita gente a acompanhar-me neste género de desejos e que nestes dias só pensam em abrigar-se junto ao ar condicionado mais próximo, mas eu, pelo contrário, fico extasiado com estas noites quentes de Verão. Aproveito agora para estar junto à janela e usufruir destas primeiras brisas, quase carícias, que se me vêm oferecer.

Contraluz, Fotografia de Pedro Ferro, Arquivo Pessoal

Hoje também tive a oportunidade de surfar. Foi à hora de maior calor, um pouco depois da hora de almoço. As ondas não estavam nada de muito especial, meio metro nos sets, mas um pico muito bem definido e o inside com alguma parede onde dava para ganhar alguma velocidade extra.

Qualquer dia ainda terei de pesquisar e apurar se existe um qualquer tratado físico que me explique e elucide que estranho fenómeno é este do surf gerar este afrouxamento da força gravítica, de gerar tanta leveza… Saí do mar tão positivo, tão confortável… com a tal sensação de aconchego!

A esta hora ainda me sinto tomado por ambas as experiências, ainda tenho nos olhos a cor indefinida do mar algures no espectro entre o azul e o verde, ainda me sinto a arrancar no pico, a medir a parede e a linha a aplicar, ainda me sinto veloz… Sinto os braços a remar e sinto-me quente… e sinto-me estranhamente em equilíbrio!

30 de Julho de 2007